Transtornos de Ansiedade

A ansiedade constitui-se, desde primórdios da existência humana, um mecanismo de defesa e de sobrevivência fundamental. È uma emoção normal e reação comum aos estresses do dia-a-dia. Sem a ansiedade quando expostos a perigos eminentes não reagiríamos, não teríamos medo. O medo por outro lado representa uma resposta psíquica a ameaças internas ou externas. Medo e ansiedade são importantes para nossa vida de relação e não devem ser considerados empecilhos desde que estejam em níveis adequados.

A ansiedade aguda caracteriza-se por sintomas físicos e emocionais como tensão, palpitações, aumento da freqüência respiratória e cardíaca, tremores, sensação de apreensão, de desespero, de que se vai perder o controle mental ou de morte eminente.

Dependendo do estimulo a que estamos expostos podemos ter então diferentes níveis de reações físicas e psicológicas. O problema começa quando ocorrem reações ansiosas em situações comuns, atrapalhando atividades cotidianas.  Ter sensação de pânico ao se presenciar um acidente ou cena de violência pode ser esperado dependendo do nível do estimulo. Em outra situação, se acordar no meio da noite tendo a mesma sensação de pânico, estando dormindo não é adequado e significa que a ansiedade esta desregulada e passou de seu ponto saudável.

Outro efeito prático desta desregulação da ansiedade é a incapacidade de controle normal do corpo sobre o estresse, pode vir então a resposta de “luta ou fuga”. Nessa situação surge uma sensação de “desespero emocional”.

Quando a ansiedade esta fora de proporção aos estimulos que estamos sendo submetidos, têm-se os transtornos ansiosos.

Os transtornos ansiosos envolvem desde fobias simples (por exemplo, medo de tempestades, insetos, altura) que geralmente trazem pouca repercussão até situações mais graves e crônicas como transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e ansiedade generalizada.

No nosso cotidiano devemos estar atentos quando a ansiedade e a preocupação estão saindo de controle. Claro que estabelecer a medida correta de ambos é demasiadamente difícil. Cita-se como exemplo a preocupação. Todos se preocupam e assim devem fazer para resolver estresses cotidianos, no entanto, quando esta mesma preocupação começa a ocupar todo o pensamento do individuo, lhe levando ao isolamento ou impedindo um pleno funcionamento mental e social devemos pensar que se aproxima situação de risco para transtornos de ansiedade.

Outro aspecto que devemos levar em consideração é que  medo, ansiedade, insegurança e dúvidas andam juntos e que em excesso causam prejuizos a qualidade de vida daqueles que lhes possuem em excesso.

O verdadeiro ansioso gasta grande parte de sua energia mental e física em resolução de problemas futuros, na maior parte das vezes, estes problemas não se concretizam. O que sobra disto é o desgaste emocional podendo levar o individuo a depressão.

Como saber se nosso nível de ansiedade esta acima da condição saudável? Muitas vezes precisamos pensar sobre isso, ouvir aqueles com quem convivemos ou procurar um profissional da saúde mental.

Marcelo Bremm

Médico Psiquiatra

Cremesc  10379

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