Devemos estar atentos à saúde mental dos jovens? Por Dr. Marcelo Bremm

A juventude causa em todos que passaram por está fase, saudosismo e lembranças como se este fosse um período repleto de alegrias e plenitude física e mental. No entanto, muitas vezes, esquecemos que este é um período de incertezas. O jovem têm muitos motivos para ficar de baixo astral, seja pelo estresse de definir-se profissionalmente, construir uma relação afetiva estável, estudar e construir alicerce forte para outras fases da fase adulta que se aproximam. De longe já deixaram a infância e também a fase rebelde da adolescência. Agora tentam assumir definições que são causadoras de ansiedade e testam ao limite suas capacidades de tolerância e adaptação. Neste momento, podem surgir sentimentos que extrapolam limites aceitáveis levando a sintomas depressivos e ansiosos. Mesmo sendo este um momento de normal sobrecarga emocional, sabe-se que o cérebro não atingiu ainda a plena maturidade. Supõe-se que o córtex pré frontal, parte do cérebro responsável pela razão e controle de impulsos, ainda não completou seu desenvolvimento. Tal maturidade cerebral relacionada a tais aspectos ocorre por volta dos 25 anos (segundo Dr. Stuart Goldman, psiquiatra da infância e adolescência, do Boston Children’s Hospital). Diante de tal sobrecarga devemos estar atentos para aspectos do comportamento do jovem que nos aponte para a possibilidade de necessidade de tratamento para sintomas depressivos de surgimento precoce. Pessoas com predisposição genética à depressão, tipicamente experimentam o primeiro episodio depressivo entre 14 e 24 anos, conforme Goldman. Ele alerta para alguns sintomas que devemos estar atentos e que enumeraremos a seguir. Falta de ânimo: Desinteresse por atividades prazerosas. O jovem deixa de sair ou fazer atividades típicas da idade. Vai se afastando de colegas e tendendo ao isolamento. Baixa energia: tendência aumentada ao cansaço, falta de motivação e desesperança. Dificuldade de levantar-se da cama ou cumprir atividades do dia a dia. Dificuldade de concentração: pensamentos negativos e visão pessimista acabam desfocalizando individuo, levando a indecisão e baixo rendimento acadêmico. Insônia: dificuldade para iniciar, manter o sono ou despertar precoce. Mudança no peso: alterações abruptas de peso, para mais ou para menos podem indicar alterações do apetite relacionadas ao emocional. De tudo que se discutiu acimas devemos ter clareza da necessidade de observarmos o período de juventude como sendo um dos momentos mais importantes na construção e manutenção de uma boa saúde mental. Tratamentos e diagnósticos nesta fase não devem causar medo excessivo em jovens ou na família, de que poderá ocorrer necessidade de longos tratamentos. Geralmente os jovens que precisam ser submetidos a tratamento respondem melhor a medicações do que em fase posteriores. Dr. Marcelo Bremm

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