No momento em que se procura atendimento médico, é normal surgir preocupação quanto à evolução e à duração do tratamento. Após o diagnóstico de depressão, sendo indicado tratamento medicamentoso, uma das primeiras questões levantadas pelos pacientes diz respeito ao tempo de tratamento e aos possíveis efeitos colaterais provocados pela medicação indicada.
Infelizmente, a palavra depressão carrega sérios estigmas, pois é confundida com diferentes patologias, algumas delas bem mais graves e crônicas. Muitas pessoas vêem a depressão e seu diagnóstico como uma doença sem volta, de forma que, a partir de sua constatação, tenderá sempre à piora. Obviamente, isso não é verdade. Existe um receio comum, facilmente percebido em consultório, consistente no medo de iniciar o primeiro tratamento para sintomas depressivos.
Na depressão, como em inúmeras outras doenças, o tempo de tratamento dependerá de certos aspectos, dentre os quais os diferentes graus de gravidade, devendo-se considerar, ainda, a pré-existência ou não de algum episódio depressivo, a eventual presença de outras doenças psiquiátricas associadas, as capacidades do indivíduo no que tange à aceitação e seguimento correto do tratamento.
Necessário ressaltar que um diagnóstico precoce associado ao correto e regular uso da medicação proposta poderá colaborar muito para um tratamento mais curto e eficaz.
Os primeiros antidepressivos utilizados, que datam da década de 1950, impunham aos pacientes efeitos colaterais importantes. Naquele momento, os remédios, além de serem menos seletivos quimicamente, eram usados em doses elevadas, já que somente os casos graves eram tratados.
Atualmente o quadro é bem diferente. Existem inúmeros tipos de antidepressivos, os quais são escolhidos não apenas com base na doença diagnosticada, mas em consideração às peculiaridades individuais do paciente. Ou seja, o profissional médico pode e deve prescrever antidepressivos considerando, em cada caso, as particularidades dos indivíduos.
Efeitos colaterais ainda existem, mas são minimizados através da boa escolha do tratamento. Importante ressaltar que no ajuste inicial dos medicamentos é comum observar uma pequena piora dos sintomas depressivos, o que logo deverá ser superado. Claro que efeitos colaterais devem ser comunicados ao psiquiatra, o qual está habilitado a avaliar a continuidade ou não do mesmo tratamento.
O que há de mais importante no início do tratamento da depressão é que o paciente se preocupe em adaptar-se à medicação proposta e entenda que o uso do remédio é uma necessidade. Ademais, deve ter em mente que efeitos colaterais eventualmente presentes são sempre menores do que os malefícios da própria depressão.
Quanto ao tempo de tratamento, necessário esclarecer que os remédios psiquiátricos tentam reequilibrar quimicamente o cérebro. Este órgão, provavelmente, esteve acometido de “desequilibro” durante meses ou anos, sendo que a medicação, por melhor que seja, se usada apenas durante algumas semanas, não terá capacidade mágica de resolução do problema. Quanto mais tempo o cérebro permanecer estável, menor a chance de novos episódios depressivos.
Por fim, frisa-se que os aspectos acima discutidos, relacionados ao tratamento, aplicam-se não apenas à depressão, mas também a outros transtornos psiquiátricos.
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Dr Marcelo Bremm