Como é o assunto de maior relevância para aqueles que se interessam por temas de saúde mental, os sintomas depressivos usuais são amplamente conhecidos e discutidos.
Cabe relembrar os mais importantes: humor depressivo, perda do interesse e do prazer por situações que antes causavam satisfação (passear, praticar esportes, sexualidade, encontros sociais e de família…), energia reduzida capaz de levar ao cansaço aumentado. Além disso, outros, como diminuição da auto-estima, ideias de culpa e pessimismo em relação ao futuro, sono perturbado e, em casos graves, ideação suicida.
Frente aos sintomas clássicos acima descritos fica fácil, até mesmo para o leigo no tema, suspeitar da possibilidade de sintomas depressivos. Mas devemos ter em mente que a discussão está apenas começando, pois em diferentes faixas etárias os sintomas depressivos podem iniciar de maneira sorrateira e seu reconhecimento precoce poderá levar a um tratamento mais eficaz bem como ao menor comprometimento das capacidades mentais futuras.
Não há idade para o início de sintomas depressivos, sendo que a depressão atinge desde crianças até idosos. Em cada fase da vida apresenta aspectos peculiares, aos quais se deve estar atento.
A criança pode apresentar queixas freqüentes de caráter físico, como cefaléia, sintomas gastrointestinais, dores pelo corpo, sendo que mesmo após avaliação médica negativa para doença, permanecem os sintomas. Outros indicativos comuns são a “simbiose familiar” (apego exagerado), dificuldade de adaptação escolar, irritabilidade, reações emocionais desproporcionais a eventos ocorridos. No ponto, importante lembra que não se deve exigir da criança comportamento de adulto.
Na adolescência, necessário atentar para sintomas como tristeza, angústia, ansiedade, inquietação e agressividade, queda do rendimento escolar, retração social, isolamento, perda de interesse em situações que antes causavam prazer e satisfação. São comuns, da mesma forma que ocorre com as crianças, queixas físicas como náuseas, vômitos, dor de cabeça e dores abdominais. Sendo a adolescência uma fase de transição emocional entre a infância e vida adulta já é esperado que o adolescente confronte-se com ao menos alguns dos sintomas acima descritos, mas em casos em que isso começa a influenciar sua vida social e familiar, a avaliação de um profissional da saúde mental é importante para evitar comprometimentos e prejuízos àquele que dá os primeiros passos para a vida adulta. Esse período influenciará “toda uma visão de mundo futura” e daí a importância de que esta fase transcorra da forma mais tranqüila possível.
Na idade adulta, aparecem sintomas usuais da depressão.
Já na terceira idade surgem novamente aspectos peculiares. No idoso, queixas somáticas e clínicas são freqüentes. Apatia e alterações das capacidades mentais são comuns. Pode ocorrer diminuição da atividade muscular (psicomotricidade). Nessa faixa etária, a depressão é lesiva às capacidades cognitivas futuras e deve ser tratada precocemente.
Como os sintomas depressivos ocorrem na maioria das doenças psiquiátricas, é comum que em consultório seja um dos diagnósticos mais sugeridos e temidos pelos pacientes. Diante disso, deve-se ter em mente que, em grande parte das vezes, os sintomas depressivos são secundários a outras doenças psiquiátricas.
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Dr. Marcelo Bremm