Ao contrário do que muitos imaginam o tratamento medicamentoso eficaz para depressão é algo relativamente novo.
As primeiras tentativas de uso de remédios para tratar esta doença, que sempre acompanhou o ser humano, datam do final do século XIX: inicialmente, com o uso de medicações psicoestimulantes e, posteriormente, com anticonvulsivantes.
Somente na década de 1950 é que surgiram os primeiros antidepressivos, alguns em uso até hoje. Mas a verdadeira primeira revolução com o uso de antidepressivos surgiu com a descoberta da imipramina, no início dos anos 60. A partir daí, pacientes com depressão começavam a receber uma real chance de tratamento, salientando-se que, antes disso, a saída estava baseada em internações psiquiátricas e não no uso de remédios específicos à doença.
Naquele momento da história da psiquiatria somente casos graves de depressão eram tratados. As medicações eram usadas basicamente em pacientes internados. Existiam verdadeiras cidades-hospitais (cita-se o Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, que em seu auge já chegou contar com mais de 5000 internos). Como os casos eram graves, era comum o uso de “superdoses de medicamentos”, o que acarretava muitos efeitos colaterais bastante indesejados.
Sendo assim, muito rapidamente, os antidepressivos receberam estigmas do tipo “medicamentos de difícil uso”, “medicamentos que de tão fortes poderiam prejudicar os pacientes”. Baseados nesse princípio, a maioria dos pacientes depressivos acabavam não usando os medicamentos; os médicos, por sua vez, só os administravam em casos de depressão grave, permanecendo sem tratamento adequado os casos leves e moderados.
A segunda revolução no tratamento psiquiátrico da depressão veio à tona em 1986, como lançamento do Prozac: “a pílula da felicidade”, assim anunciada pela mídia. Diante dessa proposta “exagerada”, diferentes pessoas começam a usar a medicação “milagrosa”. Muitos dos usuários surpreenderam-se com o resultado, melhoraram sua qualidade de vida, começaram a ver a vida com outros olhos. Por outro lado, outros tantos desanimaram por ter sentido o remédio com absoluta indiferença e não terem, nem de longe, encontrado a felicidade e o bem estar almejados.
De tudo isso restou o aprendizado de uma lição fundamental acerca dos antidepressivos: são medicamentos de essencial importância para quem apresenta critérios de uso médico, não devendo ser usados indiscriminadamente, uma vez que eles, por si só, não trazem a felicidade.
O papel dos antidepressivos é o de tratar uma doença denominada depressão. Seu uso é muito importante para reverter a tristeza, o desânimo, a falta de prazer com as coisas cotidianas, dentre outros sintomas depressivos. Em tais casos esses medicamentos são bastante importantes e visam dar a chance de regulação do funcionamento cerebral, com o afastamento de características biológicas causadoras da patologia.
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Dr. Marcelo Bremm