Do uso do álcool até o desenvolvimento do alcoolismo por Dr. Marcelo Bremm

Com a agricultura e manipulação de grãos ocorrem às primeiras safras de cereais e frutas, com essas abundâncias temporárias surgem os primeiros preparados alcoólicos. Acredita-se que a primeira poção alcoólica tenha surgido na China há mais de 8000 anos. Esse “drinque” era feito de arroz, uvas e cerejas e sua graduação alcoólica ficaria entre a da cerveja e o vinho. Há mais ou menos 6000 antes de Cristo, surge a cerveja. Primeiramente era uma bebida usada apenas pela elite, posteriormente com o desenvolvimento cada vez maior da agricultura torna-se popular. No inicio da era crista, o vinho torna-se a bebida da elite e a cerveja algo popular. Há relatos bíblicos de intoxicação alcoólica e não de dependência alcoólica. É provável que não era tão comum a dependência alcoólica, naquele momento, já que o “acesso” aos produtos alcoólicos dependiam de boas safras. Naquela época era comum a fome e os alimentos eram direcionados para alimentação e não para produção de bebidas. Na Idade Média árabes desenvolvem os destilados com fins medicinais. Com essa evolução aos poucos nos aproximamos de bebidas alcoólicas com graduações alcoólicas mais elevadas e com risco maior de dependência física. O consumo de álcool, com o surgimento de destilados, libertasse da agricultura. Em 1750 eclode a epidemia do “Gim” (bebida destilada), com evolução na fabricação deste destilado e sua popularização, muitas crianças nascem mortas e com malformações. Esse é um dos primeiros relatos dos malefícios do uso de bebidas alcoólicas. Com acesso barato e em grande quantidade, o álcool começa a se transformar em problema de saúde pública pelos riscos individuais e sociais que acarreta. O custo social do álcool começou a ser evidente na década de 1920, quando se institui a Lei Seca nos Estados Unidos, naquela época bebia-se em média cinco vezes mais do que nos tempos atuais. Mas foi somente na década de 1970 que se reconhece a Síndrome de Dependência Alcoólica. Era descrita como uso cada vez mais acentuado de bebidas alcoólicas, levando o indivíduo a usar bebidas para romper sintomas de abstinência e servia para todos os tipos de bebidas, inclusive aqueles com menos graduação alcoólica. Por ser droga lícita, seu consumo ainda é incentivado através de comerciais. Infelizmente esse incentivo é um problema de saúde publica já que se sabe que até dez por cento de pessoas que consomem álcool podem tornar-se dependentes. O álcool é responsável pela maioria das mortes violentas no Brasil. Estudo realizado pela Universidade de São Paulo, demonstrou que aproximadamente cinqüenta por cento de vitimas de morte violenta estavam intoxicadas no momento de suas mortes. É provável que muitas dessas mortes poderiam ser evitadas. Além do risco aumentado para mortes violentas, o álcool apresenta-se com responsável pela desintegração de inúmeras famílias. É gerador de doenças psiquiátricas, como depressão e ansiedade. Fique claro que alcoolismo é uma doença e que deve ser tratada como tal. O tratamento poderá envolver uso de medicações, internação em clinicas ou centros de recuperação. Posteriormente indica-se participação em grupos de auto-ajuda. Dr. Marcelo Bremm

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