O que os Psiquiatras fazem por Dr. Marcelo Bremm

O papel do psiquiatra foi mudando com o tempo. No inicio do século passado os psiquiatras dispunham apenas da abordagem não medicamentosa de seus pacientes, usavam basicamente a psicoterapia. O tratamento naquele momento era reservado para casos graves e os psiquiatras trabalhavam em sua maioria dentro de internações psiquiátricas. No final da década de 1950 surgem os primeiros antidepressivos sendo que a partir daí o tratamento não hospitalar começa a se tornar viável.  Pelos efeitos colaterais das medicações os tratamentos eram ainda reservados para casos psiquiátricos graves. Sintomas leves ou moderados não eram sequer reconhecidos como doença. Em 1986 com o surgimento e comercialização do Prozac (fluoxetina), a doença psiquiátrica começa a ser reconhecida e abordada mesmos em situações que antes eram não passiveis de tratamento. O Prozac foi uma revolução para a psiquiatria, pois representou o surgimento de um antidepressivo eficaz e com poucos efeitos colaterais. Após o Prozac vieram inúmeras medicações, cada vez mais específicas. Hoje existem medicações para diferentes perfis de pacientes. O psiquiatra nada mais é do que médico que fez especialização em Psiquiatria, sendo referência na área medica para tratamento de sintomas depressivos, ansiosos e outras patologias que envolvam a saúde mental. Devemos desmistificar que psiquiatra trata apenas casos graves. Hoje em dia a maior parte dos pacientes que procuram atendimento são casos leves ou moderados, sendo cada vez mais raros casos graves em consultas de rotina. Os sintomas depressivos-ansiosos são, sem sombra de dúvidas, situações mais prevalentes em prática de consultório. A depressão recorrente e episódios depressivos são freqüentes. Na linha ansiosa destaca-se transtorno do pânico e ansiedade generalizada. Bipolaridade e hiperatividade são também bastante comuns. Quando submetidos à avaliação em consultório muitos pacientes ansiosos ou impulsivos chegam pensando que apresentam bipolaridade, o que na maioria das vezes não se confirma. Com advento do acesso cada vez mais intenso a informação, surgem testes que tentam substituir a avaliação psiquiátrica. Mas estes testes auto-aplicáveis são de pouco beneficio no diagnóstico definitivo das doenças psiquiátricas. Eles servem para alertar e trazer os pacientes não tratados para avaliação. No entanto, somente a partir da consulta que se pode ou não confirmar a existência de um transtorno mental. Muitos pacientes encaixam-se em mais de um diagnóstico. A avaliação psiquiatria é dinâmica, por isso, o psiquiatra experiente saberá avaliar outros aspectos que não meramente o diagnóstico. A internet serve para desmistificar as doenças psiquiátricas, para mostrar que alterações de comportamento por mais comuns que sejam podem estar relacionadas a algo tratável. Mesmo assim existem muitas pessoas que sofrem com transtornos mentais e acabam não se tratando, por seu próprio preconceito em relação à psiquiatria ou por desinformação. Dr. Marcelo Bremm

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